Uma das minhas coisas favoritas sobre literatura nacional é a proximidade como os autores e a possibilidade de interagirmos através das redes sociais, como muitas vezes não é possível com autores estrangeiros.
Interagindo nas redes sociais da autora Stephanie Caroline, tive a sorte de ser uma das primeiras a responder a pergunta nos stories que tinha como prêmio receber no kindle a duologia Diário da Garota em Crise e Para Sempre.
Pensa numa pessoa feliz! Primeiro, porque eu nunca ganho nada em sorteio. Segundo, porque já li outro livro da autora e adorei sua escrita. Terceiro, porque pude escolher dentre seus livros qual gostaria de receber como prêmio e esse título Diário da garota em crise me conquistou. Quarto, porque essa duologia é simplesmente incrível e a leitura foi uma jornada transformadora que rendeu muito bate-papo com a Stephanie no direct.
O primeiro livro é narrado pela Ana Lastra, uma jovem peculiar e irreverente que sofre de transtorno de ansiedade e, ao longo do livro, também é diagnosticada com depressão.
"A flor roxa que nasce no coração dos trouxas...A palavra que junta duas vogais, duas consoantes e dois idiotas!"
Sua história é marcada por paixões platônicas que assumem proporções épicas, ganhando, inclusive, páginas e páginas de um diário on line que é motivo de muitas confusões na vida de Ana, afinal, ao publicar o diário, ela não pode controlar seus leitores.
"Minha história começa exatamente do mesmo jeito que termina. Ok, isso não deve ter feito o menor sentido para você. Mas essa é a verdade."
As paixões da Ana ao longo de todo o livro se apresentam como válvulas de escape para fugir de todas as outras coisas na sua vida que não se ajustam, como a família, que sofre com a separação dos pais e várias perdas dramáticas, como sua vida acadêmica que toma rumos inesperados logo nos primeiros semestres, sua vida profissional, para a qual não estava verdadeiramente preparada, para lidar com as responsabilidades e pressões sem tratar do seu transtorno de ansiedade.
Contudo, essas paixões não aliviam esses conflitos. Pelo contrário, acabam deixando Ana ainda mais nervosa, ansiosa e fragilizada, a ponto até de tentar suicídio.
"Minha autoestima naquela época era tão abaixo de zero que para mim o cara que eu amava era um sol e eu era um planeta orbitando lindamente em torno dele..."
Sim, o tema é denso, mas não pense que essa é uma leitura difícil e trágica, porque a autora imprime tanta leveza e tanto humor ao narrar a história pela perspectiva da Ana, que ameniza o sofrimento do leitor em acompanhar as partes mais difíceis com as quais Ana tem que lidar.
"Eu tinha muito mais pedaços de mim que estavam quebrados."
O mais lindo desse livro é que é impossível não se identificar com a Ana: seu jeito doce, suas expectativas frustradas, suas projeções no outro, seus sonhos e devaneios, sua ingenuidade e, para ansiosos como eu, seus sintomas caóticos.
Stephanie consegue a façanha de contar uma história dramática de forma delicada e cheia de carisma e, ao final, mostra a importância de estarmos cercados de pessoas que nos amam e se importam e de pedir ajuda quando nos sentimos sufocados.
Porque depressão é algo sério e precisa ser tratado e, nem sempre, a pessoa consegue perceber o quão no fundo do poço está e muitas vezes disfarça sua melancolia e sua ansiedade, tornando difícil para as pessoas ao redor perceberem o quanto precisam de ajuda.
"Acredito que a pior coisa de estar em depressão é quando você não admite a você mesmo que precisa de ajuda."
No segundo livro, temos a perspectiva do Bruno, o garoto por quem Ana se apaixona no livro um, além da narração de uma nova personagem, sua irmã, Luana, que também sofre uma desilusão amorosa, além da perda de uma amiga, que impactam sua vida.
De certa forma, a história mal resolvida de Ana e Bruno conduz Luana a identificar alguns pontos sobre si mesma e sua própria história de amor inacabada e, enfim, encontrar um desfecho para esse relacionamento e conquistar sua paz de espírito.
"Você não precisa segurar o mundo nas mãos. Apenas o seu mundo. E o seu mundo não pode ser uma pessoa."
O final...bem, só posso dizer que é, no mínimo, agridoce, mas é o fechamento sincero e emocionante para essa história, que nos transporta para várias reflexões, inclusive para o fato de que, às vezes, precisamos desapegar de algumas coisas para poder seguir em frente de forma saudável.
"A junção de um furacão e um abismo é um mistério. Pode ser um começo ou um fim."
Minha experiência com essa leitura foi transformadora e só tenho a agradecer à autora pelo presente e parabenizá-la pela forma belíssima que trouxe essa história para o mundo.
Faça as malas e embarque nessa aventura jovial e descontraída, que transita de forma suave entre temas polêmicos, sem perder a leveza e a sinceridade.
Vamos viajar?!
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Amei a resenha e toda essa percepção que você teve da Ana! Como comentei no direct, nem todo mundo pega isso ao longo da leitura! Gratidão 🥰
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