A PEQUENA LIVRARIA DE CORAÇÕES SOLITÁRIOS - ANNIE DARLING

 


Esse livro apareceu como leitura recomendada para mim no kindle unlimited e confesso que fiquei muito em dúvida sobre ler ou não. 

Primeiro, porque atualmente estou priorizando os nacionais; segundo, porque me pareceu um clichê britânico com aquele humor que só eles acham graça e com aquelas protagonistas estilo Bridget Jones e boy canastrão geralmente personificado pelo Hugh Grant quando adaptado para o cinema.

Fiz um enquete nas redes sociais se deveria me aventurar nessa leitura ou não e tive muitas respostas positivas, especialmente de uma autora que eu admiro muito, que jurou que amou o livro.

Confesso que minhas suspeitas iniciais sobre o conteúdo do livro estão corretas, porque o que encontrei nessa leitura foi exatamente um clichê com humor britânico, protagonista que não se valoriza, tem sérios problemas sobre sua visão de si mesma, especialmente no aspecto físico, e passa a história inteira fantasiando um romance - que ela efetivamente começa a escrever e que contribui para o desfecho da história ao final -, com um boy canastrão com quem ela tem uma relação de gato e rato.

Nada contra a trope enemies to lovers. Eu adoro e sabia que era isso que encontraria neste livro, porque está estampado na sinopse. 

O que me desmotivou e me fez quase empacar e ter que me esforçar muito pra não desistir - porque o livro só começa a fluir mesmo lá pelos 70% - é que o enredo é basicamente uma reclamação da vida e falta de entusiasmo em levar adiante.

"Quando se quer alcançar a grandeza, é preciso parar de pedir permissão."

A protagonista é a típica garota comum tão explorada nos filmes de comédia romântica e, até aí tudo bem, mas nesses casos a gente espera uma transformação no final, e a dela foi tão sutil e tão dependente do amor romântico que tirou um pouco do brilho do que sua trajetória realmente foi e do tanto que ela trabalhou e se empenhou em construir seu próprio legado.

A reformulação da livraria que ela recebeu de herança foi toda idealizada por ela e ela conduziu tudo, mesmo que escondendo grande parte de suas ideias brilhantes para não confrontar o Sebastian  - boy canastrão.

Ela se reconstruiu e lutou bravamente para superar o trauma da morte dos pais, para construir uma vida digna para o irmão mais novo e encher sua vida de amor e cumplicidade, e tudo isso ficou escondido pelo clichê romântico que a autora explorou até a última gota.

"Ela de repente sentiu que não precisava ser divertida ou interessante, mas podia simplesmente ser ela mesma."

Eu adorei de verdade o humor picante - que não foi apenas para entendimento dos britânicos - e a reviravolta que o romance hot que Posy escreveu desencadeou e como isso também foi responsável por impedi-la de continuar fugindo dos seus sentimentos por Sebastian, mas fiquei decepcionada com a entrega voluntária do protagonismo da história para o boy canastrão. Escolha da autora. Enfim...

O livro tem quase duas mil avaliações positivas na Amazon e integra uma série de quatro livros que conta com inúmeras leituras e avaliações, então tire suas próprias conclusões.

"Cada livro prometia a seu leitor que, por mais dificuldades e tormentos que a vida pudesse lançar em seu caminho, ainda havia finais felizes a serem alcançados."

Faça as malas, com bastante paciência para a história engrenar, porque demora um pouco, e faça sua própria avaliação do enredo, do romance e dos personagens que Annie Darling criou e venha me contar tudo depois, porque eu quero muito debater sobre essa história e ouvir as opiniões de quem se apaixonou por ela - o que, infelizmente, não foi o meu caso.

Vamos viajar?!

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