Guerreiros de Odin é uma distopia estilo Jogos Vorazes, com uma pegada eletrizante, muitas reviravoltas, importante crítica social e política e um viés psicológico muito interessante e intrigante que faz dessa leitura uma experiência incomparável.
"Talvez seja a hora de Odin intervir."
O ano é 2170. A Terra foi devastada pela pandemia ocorrida em 2020, e os reflexos dela decorrentes, e a América transformou-se em Corlúnia, uma civilização altamente tecnológica dividida em classes de A a F, de acordo com riqueza, profissão e status social.
O sistema - e aqui vamos à crítica política bem delineada e necessária - não é confortável para muitos, independentemente da classe social que ocupem (qualquer semelhança com a nossa realidade será mera coincidência?!).
Seis jovens de diferentes classes sociais são convocados a participar de um jogo perigoso e repleto de mistérios e enigmas e, apesar dos riscos e da impossibilidade de desistência, arriscam as próprias vidas, sua integridade e sanidade, em busca de uma vida diferente.
Se você acha que esse livro está muito parecido com Jogos Vorazes, conceitualmente, e que não encontrará nada novo nesta leitura, está redondamente enganado!
"Só entre se não temer a morte. Desistir não é uma opção."
Guerreiros de Odin esbanja originalidade, além de trazer elementos de mitologia nórdica, muita tecnologia, contrastes sociais e psicológicos e criar situações inusitadas que enchem as páginas de aventura, enigmas e muitas emoções.
"Era o que tinham em comum, nenhum deles era completamente feliz."
Esse livro tem uma peculiaridade muito interessante que é o fato de ter sido escrito por dois autores, cônjuges, cujo casamento, surpreendentemente, sobreviveu a essa experiência indescritível que é compartilhar a criação e redação de um livro, e o leitor pode se divertir com as confissões do casal no pré e posfácio, que rende boas risadas e algumas explicações sobre a trama.
As diferenças criativas dos autores transparecem ao longo das páginas e só concedem mais peso aos dilemas e críticas contidas nessa distopia, que mexe profundamente com o leitor, trazendo não apenas importantes reflexões sobre debates e posições políticas, econômicas e sociais, como também aspectos emocionais e psicológicos decorrentes desses contextos, como depressão, ansiedade e tentativa de suicídio.
A forma sutil e sagaz com que os autores evidenciam essas questões emocionais e psicológicas de seus protagonistas, fazendo um paralelo entre a realidade distópica e a nossa atual, cujos reflexos prejudiciais experimentamos diariamente, demonstra o brilhantismo dessa obra, que em nada deixa a desejar para a famosa trilogia da Suzanne Collins.
"A verdade quase sempre doía. As vezes mais que uma gota de ácido."
Faça as malas e embarque, cautelosamente, nessa aventura distópica, tomando as devidas precauções antes de se apegar aos personagens - aqui valem as regras das distopias, em que você poderá ser forçado a despedir-se precocemente do seu personagem favorito -, e antes de confiar que as coisas e pessoas são exatamente o que aparentam ser.
Vamos viajar?!
Continue acompanhando o blog para mais resenhas, indicações e dicas de leitura!
Conheça outras obras da Jéssica Malvestuto na sua página da Amazon!
Siga a autora nas redes sociais para saber mais sobre ela, seus livros e seus futuros projetos!
Comentários
Postar um comentário