Parafraseando uma amiga muito querida, o dom da escrita pode ser genético. Afinal, o autor sobre o qual vou falar no artigo de hoje é meu irmão mais novo, Gabriel Zago, aquariano de sorriso solto, espírito livre e coração puro, cuja natureza aventureira o conduziu a viajar pelo mundo como mochileiro e surfista.
Recentemente, dedicando-se aos estudos sobre comportamento humano, astrologia, física quântica, esoterismo, budismo e neurobiologia, decidiu seguir sua vocação como escritor e orientador, buscando, através de seus contos e livros, levar clareza e auxiliar na evolução pessoal dos leitores.
A Escada, sua primeira publicação, é a expressão máxima da evolução, transformação, aceitação e autoconhecimento.
"Existe amor sem existir alguém para se amar?"
Através da ludicidade das metáforas e do simbolismo, esse autor maduro e embutido no espírito de favorecer a evolução humana, conduz por importantes reflexões acerca das escolhas, do verdadeiro sentido do amor e dos aprendizados através da dor e do medo, e seus enfrentamentos.
Neste conto, acompanhamos o despertar do protagonista - cuja ausência de identificação é proposital, fazendo o leitor sentir que essa história poderia ser a sua -, e sua trajetória através de uma longa escadaria, na qual recebe a companhia e orientação de um lobo e de uma águia para descobrir os motivos dessa jornada.
Gabriel usa do simbolismo e das metáforas para construir paradoxos para o leitor, de forma lúdica e clara, impondo reflexões importantes sobre as escolhas e decisões que tomamos ao longo da vida, muitas vezes guiadas pelo medo e pela necessidade de evitar o sofrimento.
"O medo me impede de deixar para trás aquilo que já não me serve mais."
A escada simboliza o tempo, à medida em que o protagonista consegue observar os degraus anteriores, porém sem possibilidade de retornar, ilustrando nosso olhar para o passado, o qual nos ensina importantes lições, mas para o qual é impossível retornar. Os degraus acima são o futuro, algo incerto e desconhecido.
A bagagem que o protagonista carrega simboliza nossos traumas, apego ao passado, as feridas ainda não cicatrizadas, assim como o conhecimento angariado pelas vivências passadas. Ela, assim como o medo, muitas vezes conduzem a ficarmos estagnados no mesmo "degrau", com receio de enfrentar a subida adiante e desbravar o desconhecido.
"O que é pior, ter medo de sofrer ou sofrer?
Quando sofro, aprendo. Quando tenho medo de sofrer nada acontece, apenas sigo com medo."
As figuras do lobo e da águia, animais importantes simbolicamente, conduzem o protagonista em sua subida, instigando-o com perguntas, muitas vezes incômodas, que o levam a repensar sua trajetória, aprender com as experiências vividas e encontrar a coragem e a sabedoria para seguir em frente, desfazendo-se de sua bagagem desnecessária.
"O amor sempre volta?
Sim. Sempre volta."
Uma leitura verdadeiramente sublime e inspiradora!
A menina e a jaula é outra relíquia desse escritor que, inspirado em suas vivências e nas muitas histórias que colecionou ao longo dos anos de viagens, guia o leitor através de uma narrativa lúdica e singela, repleta de sutilezas, que inspiram válidas e relevantes reflexões, enquanto divertem e entretém.
Neste conto, acompanhamos os encontros e desencontros de um menino e uma menina - igualmente sem identificação, propondo a identidade com o leitor -, que se conhecem, interagem, se gostam e passam bons momentos juntos. Contudo, ao final de cada dia são separados por uma jaula, que apresenta-se como uma proteção à menina, impedindo-a de ferir-se, mas também de viver livremente.
"Nem sempre podemos ajudar àqueles que estão convencidos de que sua jaula é o melhor lugar para se estar."
O sofrimento pelo afastamento da menina, que acaba por optar pela proteção prisioneira da jaula, conduz o protagonista a também fechar-se em si mesmo, dentro da sua própria clausura, que promete preservá-lo de qualquer sofrimento, impondo-lhe contudo, solidão.
"Muitos anos se passaram e o menino se tornou um rapaz. Até que um dia, deixou de esperar que a menina saísse da jaula."
Através do simbolismo, Gabriel nos faz observar nossa trajetória de vida e as muitas "jaulas" nas quais nos enclausuramos ao longo da vida, como forma de proteger nossos sentimentos de eventual sofrimento e que acaba por nos afastar de vivências importantes e aprendizados.
Um conto emocionante e muito sincero, cuja leitura é, não apenas recomendável, mas necessária!
Faça as malas e embarque nessa aventura existencialista e emocional proposta por esse autor que debuta na literatura com duas histórias que são referências para a construção da clareza e da evolução pessoal.
Vamos viajar?!
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