COMO ESCAPAR DA SÍNDROME DA BOAZINHA

 


O que é a síndrome da Boazinha?

Muitas de nós já sofreram ou ainda sofrem com a SÍNDROME DA BOAZINHA, seja por pressões externas ou internas, modo de criação ou contexto em que vive.

A Síndrome da Boazinha nada mais do que uma necessidade de agradar os outros.

A Boazinha se esforça ao máximo, se oprime, sacrifica para agradar todo mundo, mesmo que a pessoa mais desagradada seja ela própria.

Costuma se colocar em segundo plano, tem dificuldade em dizer "não", sente que precisa da aprovação alheia em todos os aspectos, é incapaz de fazer críticas, mesmo construtivas, e evita conflitos a todo o custo.

A Origem da expressão

O termo foi criado pela psicóloga Harriet B. Braiker em seu livro intitulado "A Síndrome da Boazinha - como curar sua compulsão por agradar". 

A especialista alerta que indivíduos com a síndrome da boazinha querem agradar a todos ao redor como forma de se enquadrar evitar conflitos. Seja por medo de serem rejeitadas, abandonadas ou não amadas.

A Síndrome da Boazinha não é uma doença reconhecida pelos manuais da psiquiatria, mas um padrão de comportamento cuja condição é caracterizada pela compulsão por agradar.

Segundo a psicóloga cognitiva Daniela Faertes, a síndrome costuma atingir "quem tem baixa autoestima e não consegue dizer não ou impor limites. As pessoas que sofrem desse problema vivem atrás de aprovação e acreditam que ela virá se elas foram generosas e compreensivas com todo mundo e o tempo todo."

Os principais sintomas

Os sintomas da síndrome da boazinha bloqueiam a criatividade, a espontaneidade e impede de alcançar o POTENCIAL e tornar-se EXTRAORDINÁRIA.


A Síndrome da boazinha está diretamente ligada a uma necessidade compulsiva de agradar os outros, cedendo às vontades alheias em detrimento das próprias.

Alguns dos sintomas característicos dessa síndrome são:

  • Necessidade de agradar os outros;
  • Dificuldade em dizer não;
  • Medo de desagradar os outros e de ser rejeitado ou abandonado; 
  • Intenção de se adequar e ser igual a todo mundo;
  • Desgaste físico, mental e emocional devido ao acúmulo de compromissos e tarefas; 
  • Necessidade constante de aprovação; 
  • Constante comparação com os outros;
  • Perfeccionismo extremado;
  • Não ter voz ativa para enfrentamentos;
  • Dificuldade em fazer críticas (mesmo as construtivas);
  • Medo desenfreado de não atender às expectativas alheias;
  • Insegurança e passividade.

De onde vem esse comportamento?

As origens da síndrome, geralmente, ocorrem na infância e derivam de crenças limitantes, ausência de atendimento às necessidades básicas ou situações traumáticas.

Uma criança que não teve suas necessidades básicas atendidas, que cresceu em um ambiente muito rígido ou que foi submetida a altos níveis de estresse e situações traumáticas, como violência ou abusos, tende a crescer acreditando que ser amado está atrelado a atender aos desejos alheios.

O medo da rejeição, abandono e de não ser amado conduz à uma preocupação excessiva em corresponder às expectativas alheias e uma necessidade extrema em agradar e atender aos desejos alheios, deixando de lado suas próprias vontades e necessidades.

Pessoas que sofrem dessa síndrome costumam associar o amor à obediência, aceitação e subordinação, o que leva à necessidade extrema de agradar e não contrariar os outros.

Prejuízos

Agradar e satisfazer as necessidades alheias, ser gentil e generoso são características admiráveis. Desde que não consistam em atitudes que geram preocupação excessiva e estresse.

Se para agradar os outros é necessário prejudicar a própria saúde, este é o primeiro sinal de alerta!

Negligenciar a própria felicidade, vontades e necessidades é um alerta de que talvez você sofra da síndrome da boazinha!

O desgaste emocional gerado por essa síndrome pode gerar estresse, insatisfação, angústia, sobrecarga de atividades e afetar a saúde física e mental, provocando dores crônicas, doenças e transtornos psiquiátricos, como depressão e ansiedade.

Além disso, a síndrome da boazinha normalmente conduz a dificuldades de relacionamento, o que agrava os sintomas, o desgaste emocional e provoca ainda mais prejuízos físicos, mentais e emocionais.

É possível romper o esquema?

Não é fácil, mas também não é impossível romper com essa síndrome!

Mudar comportamentos nunca é simples, mas é possível! E o primeiro passo é identificar os sintomas e procurar ajuda!

Estar atento aos sinais de alerta e perceber quando a situação está fugindo do controle pode ajudar a desenvolver a consciência sobre o problema e encontrar técnicas para lidar com ele e alterar os comportamentos prejudiciais.

Abandonar o estereótipo de GAROTA BOAZINHA para se tornar A GAROTA EXTRAORDINÁRIA não quer dizer ser rude, autoritária ou desrespeitosa, mas apenas deixar de oprimir as próprias vontades e necessidades em benefício alheio!

Dicas para romper o esquema


Você, em primeiro lugar!

Comece se perguntando o que você QUER e o que MERECE

Você precisa se colocar em primeiro plano. Ninguém fara isso por você!

Aliás, a maioria das pessoas com quem você convive adoram sua generosidade e aproveitam-se dela para lhe sobrecarregar com tarefas enfadonhas que não querem realizar!

Por isso, você tem que aprender a se valorizar e dizer "não" quando achar que não dará conta de tantas atividades. Muitos ficarão surpresos quando você revelar que se sente sobrecarregada e que não consegue lidar com tantas tarefas ao mesmo tempo!

Mas tudo bem! Lembre-se: você está rompendo com o esquema e com a crença limitante de que precisa sempre agradar os outros! 

Defenda suas posições e opiniões com base nos seus VALORES. 

Se você reconhecer os seus valores e aquilo que importa para você e agir de acordo com isso, será mais fácil identificar as situações que a sobrecarregam e desagradam e sentir-se confortável em evitá-las, mesmo que isso desagrade os outros.

Identifique os prós e contras de cada opção.

Essa é uma sugestão prática e objetiva para ajudar a encarar as situações e definir aquilo que está ou não de acordo com os seus valores.

Aprenda a dizer NÃO, sem precisar se justificar.

Nem todas as negativas precisam de complemento.

A tendência é sempre apresentar um motivo, uma justificativa ao negar-se a fazer algo pelo outro, mas isso é, também, uma crença limitante e um padrão comportamental.

Às vezes, basta dizer "não"; "não posso"; "não será possível"; "não estou disponível", sem a necessidade de complementar ou justificar a negativa.

No início parece difícil e algumas pessoas poderão questionar as razões da sua negativa, mas ficará mais fácil e natural com o tempo e prática.

Flexibilize seu comportamento.

Cada dia e cada nova situação são oportunidades de alterar seu comportamento, enxergar as coisas sob outra perspectiva e melhorar sua qualidade de vida.

Seja mais flexível em prol do autocuidado e da autopreservação, evitando situações prejudiciais e o estresse desencadeado por elas.

Ensaie e postergue as respostas.

Pratique o que falar e como responder a questões do cotidiano, especialmente envolve tópicos conflituosos ou negativas em realizar atividades ou auxiliar os outros.

Assim, se tornará mais fácil e natural quando a situação exigir um posicionamento e você conseguirá evitar ser tomado pela emoção e agir racionalmente.

Se a situação for muito difícil ou constrangedora, postergue a resposta. Peça licença ou um tempo para refletir. Isso ajudará a frear a impulsividade de agradar.

Peça ajuda.

Não tenha receio ou vergonha de pedir ajuda às pessoas próximas em quem você confia, seja para auxiliar nas tarefas e evitar sua sobrecarga, seja quanto suas mudanças de comportamento.

Fazer terapia e buscar ajuda especializada é, com certeza, a forma mais eficaz de solucionar essas questões, pois o profissional da psicologia ou psiquiatria ajudará a descobrir as origens desse comportamento e desenvolver as melhores técnicas para tratá-lo.

Uma ajudinha extra!

Que tal ler um pouco sobre o assunto para buscar esclarecimentos e técnicas para se desvincular dessa síndrome de uma vez por todas?!

O livro "A Síndrome da Boazinha - como curar sua compulsão por agradar", da autora Harriet B. Braiker é uma ótima opção e está disponível Amazon, em versão física ou e-book. Clique aqui e confira!

Leia, também, esse artigo sobre Carga Mental, para ajudar a entender e encontrar seu equilíbrio!

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