Antes de começar a resenha, cumpre dizer que Titanic foi um dos filmes que mais marcou a minha adolescência, e por isso eu fiquei alucinada para ler esse livro, e ele me surpreendeu profundamente.
Ao começar a leitura, confesso que havia certo receio de ser uma cópia da história de Jack e Rose, mas já no primeiro capítulo a autora deixa claro que sua narrativa é única e original.
O livro não é sobre o naufrágio mais famoso de todos os tempos, e também não é uma história de amor trágico dentro do navio.
Este livro é sobre uma jovem que se recusa a seguir os padrões sociais e as atitudes esperadas dela, e decide se aventurar em busca da realização de seu sonho e de ocupar o lugar que acredita ser certo para si, e encontra na viagem inaugural do Titanic a oportunidade para isso.
Charlotte não é a típica dama que sua mãe e seu futuro noivo esperam. Ela adora ler, detesta bordar e deseja ser escritora e compartilhar suas histórias, o que não é bem visto por sua família, e por Harry, que deseja casar-se com ela.
A viagem no transatlântico foi uma tragédia para muitas pessoas inclusive para Charlie, mas ela encontra na escrita os meios para lidar com seu trauma e encontrar esperanças para seguir em frente.
"Há aquelas [pessoas] que se fortalecem após um período de luto, assim como as árvores que perdem suas folhas no Outono para retornarem mais vívidas na Primavera. "
Evidente que, como é típico de romances de época, está presente o romance clichê e o final acalentador. Mas a ideia de ler um romance de época é justamente buscar uma realidade diferente, com uma imersão em uma época distante e romantizada, o que esse livro tem de sobra, com uma riqueza de detalhes impressionante.
Neste livro, o amor e o desejo são expressos de formas tão sutis, mostrando que são nos detalhes que residem a construção de um relacionamento e o fortalecimento de uma paixão, rendendo esperança na existência de romantismo, cordialidade, elegância.
"O amor não tem um tempo predeterminado para acontecer. É um sentimento que cresce à medida que o magnetismo entre duas almas intensifica-se."
O livro surpreende, principalmente por não estar atrelado unicamente à história do naufrágio, e pela forma sutil e delicada com a qual a autora desenvolve o enredo e entrega um final inesperado e adorável.
"O poder mágico das palavras. Ah! As palavras. As palavras reconfortam. Algumas são como bálsamos para a alma. Certas palavras chegam a exalar perfume como as delicadas rosas. Algumas transmitem paz como uma suave brisa de inverno. As palavras podem curar. Expressar o que angustia o coração pode ser como remédio para a alma."
Faça as malas e embarque nessa viagem através das épocas, neste navio famoso e trágico, descobrindo novas nuances para esse cruzeiro tão conhecido, e deixando-se envolver pela tenacidade, simplicidade e obstinação de Charlotte, em sua crença que as mulheres podem oferecer mais do que lhes era esperado, o que é válido ainda nos dias atuais.
Vamos viajar?
Obrigada de coração por ter embarcado nessa viagem! Linda a sua resenha. Emocionante 😍
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