Liesel passa a integrar a nova
família, que a acolhe sem muitos luxos e afeto, mas com dignidade, e a morte,
que a viu escapar-lhe, afeiçoa-se a ela e passa a acompanhar sua trajetória,
perplexa diante da violência humana durante o nazismo e a Segunda Guerra
Mundial.
“Como todo sofrimento, aquele começou com uma
aparente felicidade.”
Este poderia ser apenas mais um
livro sobre a crueldade humana e os horrores perpetrados por Hittler e seus
seguidores durante a Segunda Guerra Mundial, porém este livro é muito mais do
que isso. Este livro, na realidade, traduz a inocência e ingenuidade em plenos
terrores do nazismo e o refúgio que a leitura proporciona, sendo capaz de
amenizar o sofrimento humano.
A história de Leisel é narrada
pela morte, o que confere à leitura um tom leve e cômico como contraponto ao
clima tenso e pesaroso da guerra e das atrocidades do nazismo.
A morte se torna um personagem ao
longo da sua narrativa, e a forma como ela observa e valora as ações humanas
inspira uma importante reflexão, pois a morte, tida como vilã maior, neste
livro mostra-se piedosa e mera cumpridora do seu papel, enquanto os humanos
representam os verdadeiros vilões, antecipando a morte uns dos outros, de forma
cruel, vil e desnecessária.
”Quando a Morte conta uma história, você
deve parar para ler.”
Impossível não se impactar por
uma história que ressalta o poder transformador da leitura e como ela pode
elevar a alma e apresentar esperança mesmo diante das maiores adversidades.
Esse poder transformador e
resgatador da leitura se revela principalmente quando a família de Leisel
resolve acolher um judeu em sua casa, e Liesel passa a conviver e se comunicar
com ele através da leitura, que une e concede esperanças a ambos.
O final dessa história é
igualmente transformador e impactante e deixa a critério do viajante a forma
como irá interpretá-lo, o que traduz a singeleza dessa história, recheada de
inocência e pureza em contraponto direto com a maldade e crueldade humanas.
Faça as malas e embarque nesta
viagem pela Alemanha nazista e se deixe contagiar pela inocência dos
personagens que aproximam a realidade da ficção e pelo poder transformador da
leitura, que concede esperança diante do desespero e união diante do
isolamento.
Vamos viajar?
Comentários
Postar um comentário